domingo, 31 de julho de 2011

Todos os dias acordo para ser,
e nesta ânsia, entre o trem e o trabalho vou me deixando,
Em cada rua, cada rosto, vou me entregando,
cada fato, cada trato vai ficando um pouco do que eu era,
Assim, em cada sujeito do meu dia uma roupa diferente,
quando entardece já não me tenho, me esqueço.
Se anoitece me encontro com o pouco que me resta do sujeito
que queria ser...

sábado, 28 de maio de 2011

filhos e despedidas

Como dói a partida de um filho,
Gritando que quer ficar,
E a mão ao alto em sinal de Adeus,
Estancada no rosto a lágrima que insiste em cair.

E saber que mesmo o sorriso confiante teu,
Esconde, a dor de quem amadurece a força,
E o medo de não poder ser inteiro,
Sempre em parte,
Sempre parte.

E logo isto, logo isto,
Que sempre foi o sonho,
O imperfeito mais perfeito,
Cada gesto uma poesia, um retrato,
Hoje, que gosto amargo.

Já estamos evoluídos,
Adequados a nosso mundo tão lindamente
Moderno,
Que separa pais e filhos em nome dos novos padrões.

Pais modernos, casais modernos,
Modernamente tristes,
Modernamente fracos,
Em suas armaduras de algodão.

É natural, sei,
Natural, tudo passa , se conforma né?
E lá dentro, as marcas. Áh , há marcas!!!
Que nem notamos arderem quando falamos,
Feridas abertas, cobertas com suave pano,
Quando removido, leva a casca e sangra.

E é sangrando que estamos,
E é sangrando que andamos.

Quase verdade

E o ritmo não muda!! O fluxo da vida segue.
Deixe as coisas acontecerem. É assim mesmo!!
Primeiro um sopro doce em meu ouvido,
depois a necessidade do acalanto.
E como preciso do calor que me afaga a pele
já não resisto a confundir com paixão.
Por que se não me decepciona a ponto de te esquecer,
tão somente uma nova chama lhe pode abafar em meu peito.
Pretendo até, consciente ou não,
que coexista por um tempo em mim com o que chega,
para que me prove que já não me basta.
É um jogo? Não sei.
Mas, a massagem suave em minha pele,

se não satisfaz, consola.
E vou me desfazendo, fazendo,
tecendo o que não sou.
Confunde-me, funde as vezes
o que não sou com o que pretendo.
Carne, fetiche, sonho e paixão.
Parece que não quer e não deixa.
Não larga!
Vou eu te deixar.
Não no meio da estrada, largada, desolada.
Sim na condução, em meio as pessoas e tumultos.
Talvez nem me perceba ir.
No máximo a ausência do perfume
e das cores que formavamos juntos.
Sonharei um novo amor!!!!!!
LeoVital