sábado, 28 de maio de 2011

filhos e despedidas

Como dói a partida de um filho,
Gritando que quer ficar,
E a mão ao alto em sinal de Adeus,
Estancada no rosto a lágrima que insiste em cair.

E saber que mesmo o sorriso confiante teu,
Esconde, a dor de quem amadurece a força,
E o medo de não poder ser inteiro,
Sempre em parte,
Sempre parte.

E logo isto, logo isto,
Que sempre foi o sonho,
O imperfeito mais perfeito,
Cada gesto uma poesia, um retrato,
Hoje, que gosto amargo.

Já estamos evoluídos,
Adequados a nosso mundo tão lindamente
Moderno,
Que separa pais e filhos em nome dos novos padrões.

Pais modernos, casais modernos,
Modernamente tristes,
Modernamente fracos,
Em suas armaduras de algodão.

É natural, sei,
Natural, tudo passa , se conforma né?
E lá dentro, as marcas. Áh , há marcas!!!
Que nem notamos arderem quando falamos,
Feridas abertas, cobertas com suave pano,
Quando removido, leva a casca e sangra.

E é sangrando que estamos,
E é sangrando que andamos.

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